quinta-feira, 19 de julho de 2012

novos balanços

Caríssimos. estamos reativando o blog e em breve postaremos novos textos. um abraço e boa leitura!!!! Gerferson

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

censuras

Se teu carinho
For do tamanho que é você...
Sorte terá aquele
Que colher no teu corpo
O que a natureza semeou.

Se nos meus olhos mergulhas,
É a ti que vês, eternamente
Esculpida e entalhada,
Porque há tempos,
Meus olhos são teus.

Quando nossos lábios
Dançam juntinhos,
Calados... censuram
Os desejos que por ti desenhei.

Quando tuas palavras
Alcançam minha alma gastada,
Uma estrada azul vai caindo
À minha frente.

Porque desconsertas em mim a razão
E com todo esse tamanho que te abriga
Não terminarei nunca
De dizer o que sinto
E poderia sentir...
Por enquanto, apenas
calo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

HÁ GOSTO

há gosto de sangue
no mês que acaba,
há gosto de saudade
no barulho da bala.

há gosto de tristeza
na lágrima que cala,
há gosto de silêncio
na terra, na vala.

há gosto de desgosto
de não poder fazer nada,
há gosto de setembros
só assim esse mês acaba!

.............. (com pesar por dois alunos que se foram em menos de um mês...)

SILÊNCIO

a palavra que não foi dita

calou-se no íntimo de nós...

a distância não mostrou a cara

e os braços disseram enlaçados

o que a boca negou-se a falar.


e não houve despedidas

o sentimento venceu a palavra,

o silêncio do momento

reinaugurou o amor

sem precisar separar o verbo
amar...

DOS TEUS OLHOS

Seus olhos me trazem paz
e eu,
pedinte eterno,
quero sempre um pouco
mais...

dos teus olhos
quero o cansaço
e esse secreto desejo
de ser sempre descoberto.


Quero esse amor
e ver o mundo
no verde desse olhar,
sendo assim,
peço mais
e o mais importante:

que esses olhos
tão puros,
atlânticos,
possam me perceber,
só por uma vez!

REFÉM

à sobra da tua face
meu sonho repousou,
fez uma fenda na saudade
invadindo a solidão,
dilacerando a solidão,
deixando de ser só
a solidão.

à sombra de minha mão
te guardei.
com carinho ampliei
o teu mundo.
dei sentido à antiga escuridão
e com aluz
que há em teus olhos
inaugurei um amanhecer
eterno e único.

e te fiz assim,
anjo-mulher,
eterna e única.

em troca,
recriaste em mim uma antiga solidão.
deste a mim um olhar
opaco e seco...

porém te digo:
podes roubar de mim
a tua companhia
e teu amor,
mas sempre serás refém
porque teu mundo
quem inventou fui eu...

Podes roubar de mim
a tua companhia
e teu amor,
só não poderás
roubar o que há em mim
de luz,
pois isso, fui eu
que roubei te ti...

ESCAPEI DO POEMA

Escapei do poema
como quem se salva
das garras de um inimigo
ou dos braços do amigo pidão.

Escapei do poema,
o deixei na metade
de um caminho.

Troquei o poema
pela verdade.

troquei o silêncio da poesia
pela poesia de um sorriso,
sorriso bom de mulher...

aí o que era poesia
transbordou pelo chão
e seu barulho ecoou,
e deixando de ser eu,
escapando até de mim,
como quem se salva
da beira de um abismo.

Foi assim,
quando de um poema seco,
Você me salvou
sem que eu dissesse nada...